sábado, 10 de agosto de 2013

Peixe Panga – do rio mais poluído do Vietnam para a mesa dos brasileiros


A cada dia que passa, todos os pesadelos previstos nos livros de ficção científica parecem se materializar. Entre eles a manipulação da alimentação oferecida à população pelas megacadeias de supermercados, sempre priorizando o lucro acima de todas as outras coisas.
Atualmente, isso pode ser facilmente percebido pela população brasileira nas prateleiras dos mega supermercados que se estabeleceram por aqui. São centenas de produtos com a validade perto do fim, sobras de produtos que não foram bem vendidos nas capitais e até produtos de qualidade duvidosa e que podem oferecer perigo à saúde, como o “Peixe Panga”, uma novidade que tomou conta das prateleiras de pescados dos maiores supermercados do município.


Perigoso invasor estrangeiro
Importado do Vietnam, o Panga também é chamado de “peixe-gato” e é conhecido em inúmeros países do mundo por ter, segundo pesquisas internacionais, elevados níveis de produtos tóxicos e bactérias. Ainda assim, o Brasil comercializa o alimento em formato de filetes ultracongelados, através de várias empresas, entre elas o poderoso frigorífico “Leardini Pescados”, a primeira empresa a importar o famigerado “peixe-gato”.

Panga em Tupã
Em Tupã, este peixe vem sendo amplamente comercializado, apesar de estudos internacionais demonstrarem a toxicidade do alimento e, diante de uma fiscalização nitidamente fraca por parte de órgãos brasileiros, quais são, de fato, os riscos aos quais o consumidor está exposto?

Os riscos do Panga
Cientificamente, o peixe Panga é conhecido como Pangasius hypophthalmus. Ele é um peixe de água doce, geralmente produzido em aquacultura, principalmente no Vietnã e na China. Os sistemas de produção do Panga são em regime intensivo, sendo utilizados, para tanto, lagoas e diques no delta do rio Mekong, tido como um dos rios mais poluídos do mundo.
Pesquisas realizadas fora do Brasil detectaram grandes níveis de bactérias e venenos no Panga, como arsênio, emitido por indústrias, tóxicos e perigosos subprodutos do setor industrial, nos locais onde se produz a maior parte do Panga consumido em todo o mundo.
Também foram encontrados no “peixe-gato” metais contaminantes, bifenilos policlorados (que ocasionam, segundo pesquisas, queda no quociente intelectual e menor capacidade de memorização); foi detectado, também, o DDT (primeiro pesticida moderno, que causa câncer em humanos e morte de animais), clorato, compostos relacionados, o pesticida hexaclorociclohexano e hexaclorobenzeno.

Alimentação duvidosa


O Panga é cultivado há mais de um milênio no rio Mekong. Parece que o risco oferecido pelo Panga para a saúde humana seja gerado porque o peixe possui hábitos necrófagos, ou seja, costuma comer qualquer coisa que lhe aparece, como restos orgânicos, cadáveres de animais etc. Pescadores dizem que o peixe Panga costuma procurar o alimento revolvendo o fundo do rio em busca de qualquer coisa que seja possível ser transformada em nutrientes. Mas há a informação de que os Pangas criados em cativeiro podem não ter hábitos necrófagos quando são alimentados com ração.
O Vietnã exporta o peixe Panga há muitos anos para os Estados Unidos, todos os países da Comunidade Européia, Japão, Austrália, Rússia e outros, somando mais de 240 nações. Afirma-se que o Panga comercializado no Brasil pela Leardini é alimentado apenas com ração específica, fornecida por empresas renomadas da área. Mas não se sabe quem fiscaliza ou se responsabiliza por isso.
E aí, vai um Panguinha frito aí?

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